terça-feira, 13 de setembro de 2011

2011: ano recorde de desastres naturais nos EUA

 
Segundo estimativas preliminares, o furacão Irene muito provavelmente será um desastre de 10 bilhões de dólares (16,12 bilhões de reais), quebrando recorde de 2008 para prejuízo de desastres por ano. Entre as enchentes de verão, tornados, tempestades e secas, 2011 já acumulou nove desastres naturais que custaram pelo menos 1 bilhão de dólares (1,61 bilhões de reais) cada. Se as estimativas de danos estiverem certas, Irene seria um recordista. Nos EUA, conforme o furacão deixou um rastro que começou nas Carolinas na sexta-feira (26 de agosto), como uma tempestade da categoria 2 com ventos de até 169 quilômetros por hora, matou pelo menos nove pessoas [dados mais recentes dão conta de que 33 pessoas morreram] – cinco na Carolina do Norte, três na Virgínia e uma na Flórida. Até o fim da noite de domingo, passando por Nova York, deveria ser rebaixado à categoria de tempestade tropical, graças a seu contínuo enfraquecimento. Já na quinta-feira, a agência de notícias Bloomberg informou que o risco estimado que o furacão podia causar custaria 13,9 bilhões de dólares (22,41 bilhões de reais) em perdas seguradas e 20 bilhões de dólares (32,24 bilhões de reais) em perdas econômicas totais, se fatores como horas de trabalho perdidas e interrupção do transporte fossem considerados.

O especialista Roger Pielke observou os totais danos causados por tempestades anteriores que seguiram a trilha de Irene e descobriu que os danos variavam de cerca de 4,9 bilhões de dólares (7,9 bilhões de reais – Tempestade 8, 1933) a cerca de 46,2 bilhões de dólares (74,48 bilhões de reais – Tempestade de New England, 1938). Porém, ele diz que nenhuma das tempestades do passado é um bom análogo para Irene. “Devemos esperar danos ao longo da costa leste inteira”, disse Pielke, “assim como uma quantidade considerável de danos causados por inundações no interior, não incluídas nestes números.” [...]

Pelos cálculos dos pesquisadores, a tempestade única mais prejudicial foi a Grande Miami, de 1926, que teria custado até 157 bilhões de dólares (253 bilhões de reais) em 2005. A tempestade foi de categoria 4, que rugiu em terra com ventos de até 201 quilômetros por hora. [...]

Junto com o Irene, os danos econômicos de desastres naturais que formaram um recorde nos EUA, de acordo com um relatório do Centro Nacional de Dados Climáticos americano lançado em agosto de 2011, são (em reais):

Inundações no centro-oeste (verão): pelo menos 3,22 bilhões a partir de meados de agosto.

Enchente do Rio Mississippi (primavera e verão): 3,22 bilhões a 6,45 bilhões em danos.

Secas, ondas de calor e incêndios florestais nas planícies do sul e sudoeste (primavera e verão): mais de 8,06 bilhões em danos.

Furacões (22 a 27 de maio): pelo menos 11,28 bilhões em danos nos estados centrais e do sul.

Tornados (25 a 30 de abril): pelo menos 14,51 bilhões em danos nos estados centrais e do sul.

Furacões (14 a 16 de abril): mais de 3,22 bilhões em danos nos estados centrais e do sul.

Furacões (08 a 11 de abril): perdas superiores a 3,55 bilhões nos estados centrais e do sul.

Furacões (4 a 5 de abril): mais de 3,71 bilhões em danos nos estados centrais e do sul.

Tempestade de inverno: 3,22 bilhões em danos após uma tempestade de inverno maciça que despejou neve em toda a região central, leste e nordeste do país.

(Hypescience)

Nota: Não nos esqueçamos, também, do raro terremoto ocorrido poucos dias antes do furacão Irene. Há mais de um século, Ellen White escreveu: “É chegado o tempo em que haverá no mundo tristeza que nenhum bálsamo humano pode curar. O Espírito de Deus está sendo retirado. Catástrofes por mar e por terra seguem-se umas às outras em rápida sucessão. Quão frequentemente ouvimos de terremotos e furacões, de destruição pelo fogo e inundações, com grandes perdas de vidas e propriedades! Aparentemente essas calamidades são caprichosos desencadeamentos de forças da natureza, desorganizadas e desgovernadas, inteiramente fora do controle do homem; mas em todas elas pode ler-se o propósito de Deus. Elas estão entre os instrumentos pelos quais Ele busca despertar a homens e mulheres para que sintam o perigo” (Profetas e Reis, p. 277).

Rio de 6 mil km corre debaixo do Amazonas

Cientistas brasileiros descobriram a existência de um rio subterrâneo de cerca de 6 mil quilômetros de extensão, que corre por baixo do rio Amazonas a uma profundidade de 4 mil metros, informou nesta quinta-feira o jornal O Estado de S. Paulo. A descoberta foi possível graças às pesquisas feitas em 241 poços que a Petrobras perfurou na região amazônica entre os anos 1970 e 1980 em busca de hidrocarbonetos, indica o estudo publicado pelo jornal, que foi realizado pelo departamento de Geofísica do Observatório Nacional. Essas águas subterrâneas correm cerca de 4 mil metros de profundidade em um curso similar ao do Amazonas e têm uma vazão média calculada em cerca de 3 mil metros cúbicos por segundo. Essa vazão representa apenas 3% do que se calcula para o rio Amazonas [embora seja maior que a do rio São Francisco], que tem suas nascentes na floresta peruana, desemboca no oceano Atlântico no extremo norte do Brasil e é considerado o rio mais longo do mundo, com uma extensão de 6,8 mil quilômetros. Os pesquisadores decidiram batizar o rio subterrâneo de Hamza, em homenagem ao cientista de origem indiana Valiya Mannathal Hamza, que estuda a região há mais de 40 anos.

Nota: Tudo indica que exista muito mais água subterrânea do que se imagina. Portanto, levando-se em conta que as montanhas antediluvianas não eram tão altas e que provavelmente não deva ter existido fossas abissais nos mares de então, pode ter havido água suficiente para cobrir toda a Terra, conforme relata o Antigo Testamento e ratifica o Novo Testamento, na Bíblia.

Barbaridades que não podem ser esquecidas

Segunda-feira, Setembro 12, 2011

“Hiroshima e Nagasaki” foi um dos tópicos mais comentados no Twitter um dia após a celebração em memória das quase três mil vítimas do atentado de 11 de setembro, nos Estados Unidos. Isso porque, na opinião de alguns, embora seja legítima a dor dos parentes das vítimas do maior atentado terrorista realizado nos Estados Unidos, o mundo parece se esquecer de outras ações assassinas perpetradas inclusive pelo próprio governo norte-americano, como no caso das duas bombas lançadas sobre o rendido Japão no fim da Segunda Guerra Mundial – barbaridade que levou à morte centenas de milhares pessoas. Barbaridades não devem ser esquecidas, para que se pense milhares de vezes antes de repeti-las. Dizer que o 11 de Setembro “foi o maior atentado terrorista da história” é esquecer a história.

Relembre seis barbaridades cometidas pelos Estados Unidos ao longo de um século:

1) Bomba atômica sobre civis em Hiroshima, em 1945.
2) Bomba atômica sobre civis em Nagasaki, no mesmo ano.
3) Bombas incendiárias sobre civis em Dresden (este, sim, o maior “ataque terrorista” da história), matando mais de 350 mil habitantes.
4) Bombas incendiárias sobre civis em Tóquio.
5) Bombas incendiárias sobre civis no Vietnã, durante a década de 1960 e início dos anos 1970.
6) Bombardeio de civis em Belgrado, durante os anos 1990.

Quantos militares norte-americanos foram condenados pela Corte Internacional como criminosos de guerra? Nenhum. Na primeira tentativa, os juízes foram ameaçados.

“Os Estados Unidos são o país que mais consome drogas no mundo. Você já viu algum traficante ser preso e exposto na mídia?”, pergunta o jornalista e professor universitário Ruben Holdorf. “Só no cinema. Aliás, um recurso de denúncias, mesmo não funcionando na prática. Apenas os estrangeiros são perseguidos e condenados, inclusive com exigências de deportação. Ora, algo está errado”, completa.

Há mais coisas “erradas”, na opinião de Holdorf (e não somente na dele). Basta lembrar o arquivamento do processo a respeito da morte de John F. Kennedy. Por que arquivá-lo até 2029? Além disso, cerca de 22 autores respeitados (como Noam Chomsky) levantam dúvidas sobre os atentados de dez anos atrás, nos Estados Unidos. Alguns perguntam: Seres estúpidos, escondidos em cavernas, teriam condições de chegar aos Estados Unidos e treinar pilotagem em teco-teco a fim de manobrar uma aeronave supermoderna contra alvos difíceis? Cadê as listas de passageiros? Cadê os restos dos aviões no Pentágono e na Pensilvânia? Apenas escombros, um buraco arredondado no prédio da defesa e grama e árvores chamuscadas na fazenda. Logo depois, um gasto trilionário que enterrou de vez a economia mundial e a culpa jogada sobre as costas do “presidente negro”. Enquanto isso, a família causadora da confusão vive tranquila no Texas, desfrutando os lucros da guerra, do aumento do preço do petróleo e de suas relações, amplamente divulgadas pela mídia, com os Salinas e os cartéis fronteiriços com o México.

Para quem perdeu quem amava isso parece importar pouco agora. Mas a história não pode ser esquecida e o desejo por justiça – que somente será estabelecida definitivamente quando vier Aquele que é justo – não pode naufragar no mar da impunidade e da desinformação.[MB]

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Terra seca, chuva torrencial

Surpreendentemente, a humanidade virou o último milênio mais do que nunca seduzida pelo sagrado. A busca por algo espiritual, ainda que marcada muitas vezes pela lógica consumista, é uma prova disso. O homem está com muita sede. Porém, ironicamente, muitas pessoas não procuram saciar essa necessidade na agência distribuidora de “água viva”: a igreja. Por quê? Há um problema interno.
Os reservatórios de água da igreja estão com o nível baixo, é tempo de estiagem. Logo, por falta de água, a Terra está seca!
Essa metáfora está longe de ser perfeita, mas é uma tentativa de explicar a condição da igreja e da humanidade em geral, em contraste com uma promessa maravilhosa de Deus. Os autores da Bíblia usaram o cotidiano rural para ilustrar verdades espirituais. Para falar sobre a atuação capacitadora da terceira pessoa da Divindade, o Espírito Santo, ao longo da história do cristianismo, os profetas bíblicos se valeram da imagem de dois tipos de chuva (Deuteronômio 11:14). A primeira, chamada de temporã, era fundamental para a época da semeadura. Era ela que garantia a germinação da semente. A segunda, conhecida como serôdia, caía no período da colheita, amadurecendo o grão e completando o trabalho da chuva anterior. Vale lembrar que a segunda era mais forte do que a primeira.
Como isso se aplica à história da Igreja Cristã? Nos seus primórdios, os apóstolos receberam poder divino especial para dar a arrancada evangelística do cristianismo, lançar a semente do evangelho. A escritora norte-americana Ellen G. White, pioneira da Igreja Adventista, afirma que o poder do Espírito Santo fez mais por meio dos seguidores de Jesus do que eles mesmos poderiam ter feito em toda sua existência (Atos dos Apóstolos, p. 38). White se refere às manifestações sobrenaturais ocorridas na festa judaica do Pentecostes, celebrada dez dias após a ascensão de Jesus ao Céu. Aqueles apóstolos, homens simples, passaram a falar em idiomas que nunca haviam estudado, a fim de testemunharem do Cristo para os peregrinos que estavam em Jerusalém.
Crescimento – Esse poder sobrenatural – caracterizado por curas, exorcismo, ressurreições, pregação convincente, dons proféticos e de línguas, mas principalmente por conversões – acompanhou os cristãos nas décadas posteriores. A ponto de, em apenas 70 anos, o cristianismo ser transformado de uma pequena seita judaica numa religião contracultural com mais de um milhão de adeptos, que incomodou o império pagão.
Esse extraordinário início da Igreja Cristã promete ser repetido em escala bem maior em nossos dias (Joel 2:28,29). Na época dos apóstolos, caiu a chuva temporã, mas antes da volta de Jesus, a igreja receberá e o mundo testemunhará o poder da chuva serôdia. A primeira foi enviada para a semeadura; a segunda precederá a grande colheita (O Grande Conflito, p. 611). Para que a geração atual de adventistas seja portadora do último convite de salvação oferecido por Deus ao homem, é preciso que o exemplo de submissão dos primeiros cristãos seja seguido. Não há nada que Satanás tanto tema, que Deus tanto deseje, que a humanidade tanto precise e pelo qual tanto a igreja deva clamar.

Wendel Lima é pastor e jornalista